14 de set. de 2016

A ilusão dos índices caseiros em Educação não pode esconder a miséria da Educação no Brasil.

  
Estranhamente ouve-se um murmúrio algo exagerado sobre evoluções registradas no último IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) edição de 2016 chegando-se (em alguns lugares) ao absurdo (ou à ingenuidade) de se afirmar que a qualidade da Educação na rede estadual de ensino (naqueles mesmos lugares) está superior aos anos anteriores.

Certamente, sempre é importante reconhecer os avanços alcançados e todo esforço empenhado para melhorar merece, também, o necessário cumprimento. Todavia, a Educação em nossa Nação é preocupante, atingindo níveis de qualidade inaceitáveis. Efetivamente nossa Educação é MISERÁVEL (para o afirmar o mínimo).

Estamos (há muitos anos, décadas na verdade) nas últimas posições nas principais classificações internacionais sobre Educação. Em recente avaliação o Brasil foi considerado o terceiro país mais ignorante do mundo. O Brasil tem o segundo pior nível mundial de aprendizado de suas crianças. Pesquisa demonstra que no Brasil mais de cinquenta por cento dos Universitários Brasileiros são analfabetos funcionais. Em média, de cada quatro Brasileiros um é classificado como analfabeto (absoluto ou total). Somos o oitavo país com o maior número de analfabetos do mundo.

Segundo parecer do PISA, em Leitura, os Jovens Brasileiros não são capazes de deduzir informações do texto na sua própria língua, não conseguem estabelecer relações entre as partes do texto e não conseguem compreender nuances da linguagem. Estudantes Brasileiros não conseguem interpretar adequadamente textos (em sua língua materna) que contenham mais de dois parágrafos.

Em Ciências, os Estudantes Brasileiros são capazes de aplicar o pouco que sabem apenas a limitadas situações de seu cotidiano e não conseguem apresentar explicações científicas mesmo que as mesmas estejam explícitas nas evidências. Assim, o Brasil atinge, com muita dificuldade, apenas o nível 1 em Ciências quando o nível 6 é estabelecido como o de alta performance pelo PISA.

Em Matemática a situação é mais séria ainda. 2 em cada 3 Estudantes Brasileiros estão abaixo da linha básica de proficiência em Matemática segundo o PISA. Ou seja, dois terços dos Estudantes Brasileiros são capazes apenas de extrair informações relevantes de uma única fonte, não conseguem resolver problemas nos quais as quatro operações algébricas se apresentam ao mesmo tempo, não são capazes de interpretar problemas que exigem apenas deduções diretas da informação dada e não entendem percentuais, frações ou gráficos.

Nossa situação é crítica em Educação. Muito trabalho deve ser realizado. Responsabilidades devem ser chamadas. Necessitamos com urgência de Políticas eficientes para reverter a correspondente realidade. Necessitamos reunir nossas forças para gerarmos soluções que contribuam (efetivamente) para obtermos qualidade na Educação e garantir um futuro melhor para os nossos Jovens.

Carlos Magno Corrêa Dias
14/09/2016