3 de jul. de 2017

Ciências e Tecnologias continuam chamando simbiose na Universidade.

         
O mundo sempre se transformou profundamente com o advento das Revoluções Industriais, pois estas abriram novos horizontes e permitiram novas perspectivas e possibilidades. Assim, também, está sendo, na atualidade, com as Nanociências e as Nanotecnologias que se desenvolvem em simbiose durante a Quarta Revolução (RI 4.0).

Todavia a Universidade, pensada (e cuidada) como o porto seguro das Ciências, sempre teve muitas dificuldades em avançar no campo das Tecnologias. Na Universidade, estranhamente, percebe-se que muito dificilmente Tecnologia e Ciência se unem como um corpo relacional e simbiótico objetivando a produção de conhecimento útil que favoreça prontamente a Sociedade. Mas, em se tratando das relações processuais entre Nanociências e Nanotecnologias, um novo paradigma surge exigindo diferenciado posicionamento, principalmente no interior das Universidades.

A Nanociência, desde a sua origem, iniciada no ano de 1959 quando se conjeturou a possibilidade e a necessidade de “agrupar na cabeça de um alfinete todos os 24 volumes da Enciclopédia Britânica”, não pode mais ser tratada na Universidade como algo intangível e que habita o mundo da fantasia ou da ficção.

A Nanociência é uma realidade da qual as Universidades não podem se isentar do comprometimento, pois que a mesma já abriu as portas para uma nova realidade Tecnológica como bem é conhecido. Ficar à margem dos correspondentes conhecimentos que giram em torno das dimensões de um nanômetro (de 0,000000001 metro, ou de um bilionésio de metro) é parar no tempo e ser convidado a não fazer parte da história do desenvolvimento.

A Universidade deve se permitir avançar para além dos seus muros e passar a interagir mais fortemente com o Mundo Real das Tecnologias (o mundo de fato, o mundo pragmático, o mundo das possibilidades) que já experimenta resultados surpreendentes advindos das conjunções entre a Nanociência e a Nanotecnologia, mas que sequer são conhecidos no interior da maioria das Universidades.

Em contrapartida, entretanto, mais pontualmente, uma nova Lógica, um novo Processo Inferencial, também, se apresenta obrigatório considerar, pois que vão se apresentando, em cosequência das descobertas nanométricas, novas premissas. Essa nova Lógica, que se obriga ser “Completa e Correta”, “Consistente”, começa a ser equacionada e formalizada.

A Ciência e a Academia, irmãs da “certeza”, não podem ficar alheias à semelhante evolução, pois não lhes cabe contar a História e sim dela participar efetivamente.

Além do mais, enquanto a Universidade e a Realidade não se aproximarem efetivamente; enquanto a Ciência da Academia e a Tecnologia da Indústria e do Meio de Produção não objetivarem a geração de Conhecimento ÚTIL para a melhoria de vida das Pessoas e para promover o desenvolvimento da Nação; enquanto não se entender que Pesquisa sem o devido Desenvolvimento de produtos, processos e serviços não tem valor agregado algum; enquanto a Inovação não permear a conjunção entre Pesquisa e o Desenvolvimento; permaneceremos sendo apenas mais um País pobre e subdesenvolvido.

Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação constitui simbiose obrigatória para o Progresso e para a Evolução. Assim, continua-se a sugerir, fortemente, o repensar o papel da Universidade no que tange às aproximações entre Ciências e Tecnologias.

As Universidades devem ser pensadas obrigando as simbioses entre as Ciências e as Tecnologias, entre a Realidade e as próprias Universidades. As convergências entre as Nanociências e as Nanotecnologias são condicionantes e os avanços gerados não esperarão aqueles que insistem em separar “academicamente” as Ciências e as Tecnologias.

Carlos Magno Corrêa Dias
03/07/2017