8 de set. de 2017

O Brasil vive a ilusão de ter uma população alfabetizada.

             
Hoje, 8 de setembro, é celebrado no mundo civilizado o Dia Mundial da Alfabetização.


Há um ano, observava que não tínhamos motivos quaisquer para comemorar a data haja vista que naquele ano nosso Brasil conquistava a oitava posição como a Nação com maior número de analfabetos adultos do mundo e que pesquisas demonstravam que, em média, a cada quatro Brasileiros um se classificava como analfabeto (absoluto ou funcional). Poder-se-ia pensar na época que semelhante situação traduzia uma verdadeira realidade e não poderia piorar uma vez que muitos esforços foram empreendidos para vencer o analfabetismo no País.

Mas, um ano depois, novas pesquisas demonstram que apenas oito em cada cem Brasileiros têm (efetivamente) um perfeito domínio da leitura e são capazes de produzir qualquer tipo de texto. Paradigmas sobre o analfabetismo funcional começaram a serem revistos à luz de que “ler” é bem diferente de “decodificar”.

Não bastasse o absurdo de mais de 90% dos Brasileiros não saberem ler e escrever com total qualidade ou proficiência, ainda é confirmado que cerca de quinze milhões de pessoas no Brasil são analfabetas absolutas.

Assim, mantemos uma triste e inaceitável estatística sobre o analfabetismo em nossas Terras seja ela referente ao analfabetismo absoluto ou (principalmente) sobre o analfabetismo funcional, este último não completamente qualificado de forma estrita.

Continuamos, então, a não ter, absolutamente, o que comemorar no Dia Mundial da Alfabetização.

O problema de não se conseguir decodificar, minimamente, textos, demonstrando dificuldades de interpretação ou falta de compreensão daquilo que se lê, é alarmante. Evidências dão conta que a maioria dos Brasileiros e quase a totalidade daqueles que possuem diploma de nível superior não conseguem demonstrar habilidade e competência efetiva na leitura e na escrita. Quase a totalidade da população do Brasil consegue decodificar os símbolos sem, entretanto entender aquilo que os mesmos objetivam dizer.

O Brasileiro alfabetizado, em geral, consegue apenas decodificar letras, palavras e períodos curtos. Textos mais extensos não são de fácil contextualização e compreensão para a quase totalidade da população, principalmente, quando se é exigida a reflexão.

O Brasil vive, então, a ilusão de estar, ano após ano, vencendo o analfabetismo conforme alardeado nos meios de comunicação. Quando o quadro anteriormente considerado é posto em análise mais criteriosa, existe no Brasil uma população quase completa de analfabetos que não possui o domínio pleno da leitura e da escrita.

Mas, constitui direito universal do ser humano o ler e o escrever. Assim, garantir que todo cidadão saiba ler e escrever (de verdade) é um dever das Nações Soberanas.

Manter qualquer cidadão de um País sem o domínio pleno da leitura e da escrita em sua própria língua mãe é cercear o progresso e inviabilizar a sustentabilidade de uma Nação. Logo, uma Educação de qualidade se faz necessário implantar urgentemente no Brasil.

Carlos Magno Corrêa Dias
08/09/2017